
Psicólogo
Gilmar Miranda


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A depressão, como a maioria das doenças psiquiátricas é carregada de preconceitos e desinformação. É um transtorno mental que se caracteriza por afetar o humor da pessoa.
Causa um sofrimento terrível, incapacitando de se ter uma vida social e ocupacional adequada, afetando toda a estrutura familiar do paciente.
A intensidade dos sintomas e como interfere na ação produtiva da pessoa, vai definir o nível da doença que pode ser classificada desde uma depressão leve ou até chegar a sua forma mais grave, quando o risco de levar o paciente à morte por suicídio requer uma intervenção urgente.
Muitas vezes há uma falta de aceitação da pessoa que está sofrendo deste transtorno, o que dificulta a busca por tratamento, seja por uma informação distorcida ou por medo do preconceito que possa sofrer.
A depressão atinge uma pessoa independente da sua classe social, da profissão, do estado civil, da faixa etária, raça, crença ou escolaridade.
Uma tristeza profunda acompanha o depressivo, além de um sentimento de culpa e de desvalorização pessoal. Uma sensação de perda do controle da vida, de solidão, de estar abandonado, sem ninguém para ajudá-lo, invadem a pessoa. Há um desinteresse pela vida, um desânimo e tarefas rotineiras como serviços domésticos são difíceis de serem executados, pois faltam forças para agir. Há uma percepção que a memória começa a falhar e uma dificuldade para se concentrar. Tomar decisões é difícil, a sensação de descontrole da vida aumenta os pensamentos negativos.
O cansaço e a falta de prazer em viver dominam quem sofre de depressão. O sono já não é o mesmo, o apetite sofre alterações e com ele o peso corporal. A libido diminui e as relações sexuais perdem o interesse. As crises de choro são frequentes. O paciente se sente no inferno em vida.
O dia para a pessoa depressiva já começa pesado. O despertar pela manhã passa a ser um martírio. Há uma indisposição orgânica, falta ânimo para iniciar a rotina diária e um desejo de permanecer deitado o resto do dia. Alguns ainda têm ânsia de vômitos, o que aumenta o sofrimento e a angústia.
Na forma mais grave de depressão, o desejo de morte com riscos de suicídio vai exigir condutas, como a internação hospitalar, para salvaguardar o paciente. A depressão é uma doença grave que precisa ser tratada por profissionais da saúde especialistas na área (médicos psiquiatras e psicólogos clínicos).
É uma doença que apesar da sua gravidade tem tratamento.
Quando aceita e tratada corretamente com orientação profissional, devolve a qualidade de vida ao paciente. A associação de tratamento medicamentoso com psicoterapia é essencial para o equilíbrio emocional e bem-estar. Comportamentos disfuncionais em pessoas com baixa autoestima criam um ambiente emocional propício às frustrações que afetam o humor.
Hábitos nada saudáveis de se negligenciar para satisfazer os outros e receber afeto, buscar a perfeição se julgando de maneira severa, o que alimenta a culpa, não preenche o vazio existencial. Há sempre a sensação que falta alguma coisa, não consegue se sentir feliz e realizado, as expectativas se perdem em metas não atingidas. Para pessoas com uma predisposição à depressão, esses são ingredientes perigosos nesse ambiente emocional de menos valia. Aceitar que está doente e que precisa de ajuda é o primeiro passo para a recuperação.
DEPRESSÃO É COISA SÉRIA

É uma doença psiquiátrica mais comum do que se pensa. Não é nenhum “castigo Divino” ou uma “provação” que uma pessoa tem que passar, nem que o indivíduo seja preguiçoso ou fraco. Como patologia, tem as causas, sintomas, tipos, níveis de gravidade e precisa ser tratada.
Também não é aquela tristeza que todo ser humano está fadado a sentir um dia. Ficar triste é um sentimento que todos têm quando algo desagradável acontece na sua rotina. Perda de emprego, algum imprevisto na vida, seja financeiro ou na saúde, a morte de uma pessoa, todo o sentimento desprazeroso que advém desses acontecimentos é uma reação normal. A depressão é muito mais complexa, é um problema de saúde pública. A avaliação é que entre a segunda e terceira década desse século, a depressão será a principal causa em destruir a capacidade produtiva de uma pessoa e a sua interação com o meio.
A incidência sobre o sexo feminino é muito maior, chegando ao dobro comparado com o sexo masculino. Estima-se que o risco de desenvolver depressão ao longo da vida, seja de 10% para os homens e de 20% para as mulheres. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 350 milhões de pessoas no mundo tem depressão e quem sofreu um episódio depressivo tem a probabilidade em 60% de sofrer uma outra crise.
A depressão é um fator complicador na saúde do idoso, com altos índices de suicídio. Um dos grandes agravantes na depressão são os pensamentos suicidas que podem levar as tentativas ou mesmo a realização do ato. Ocorrem muitas mortes por suicídio estando entre as dez principais causas de óbitos a nível mundial. Quando o risco de auto eliminação é alto, uma internação hospitalar se faz necessária.
Mas não atinge somente adulto. O primeiro episódio do transtorno da depressão maior (TDM) pode acontecer em qualquer idade, principalmente no período da puberdade. Já se reconhece a depressão em crianças e adolescentes, apresentando sintomas de irritabilidade. Níveis altos de ansiedade em crianças poderiam significar um risco maior de depressão em adultos.
A depressão em adolescentes pode estar acompanhada de outros distúrbios psiquiátricos, além da ansiedade, como distúrbios alimentares ou o abuso de substâncias, podendo também elevar o risco de suicídio. A depressão aumenta em muito a possibilidade do jovem se suicidar, sendo a terceira causa principal de morte na faixa dos 10 aos 24 anos de idade.
A fase da adolescência é um período de desenvolvimento e de mudanças em várias áreas, de formação da identidade e os pais e responsáveis precisam estar atentos a uma mudança de comportamento, alterações no humor, queda de rendimento escolar, observando se é uma fase que está passando no processo da adolescência ou se um episódio depressivo está instalado. Em números percentuais, se observa que a incidência da depressão atinge 1% de crianças pré-escolares, chega a 2% em crianças na idade escolar e sobe para 8% em adolescentes. É algo muito sério que precisa de tratamento e suporte às famílias.
É um grave distúrbio que provoca alterações em várias funções como no sentir, pensar, se relacionar, se alimentar, dormir, realizar atividades profissionais e de lazer.
FATORES
Não existe um motivo exclusivo, especial que provoque o desenvolvimento da doença. Um conjunto de fatores que precisam se interagir estão envolvidos, seja no aparecimento do primeiro episódio ou ser o gatilho para o desenvolvimento da depressão.
O fator genético tem um grande peso no transtorno. A influência de outros fatores no desenvolvimento da depressão só acontece, se o indivíduo apresentar uma predisposição hereditária. A herança genética foi estimada em 40% a 50%.
A história familiar é um dos fatores de risco. O antecedente hereditário de um indivíduo, com familiares portadores de depressão unipolar, tem grande possibilidade de desenvolver a doença psiquiátrica, duplicando e até triplicando em sujeitos com familiares de 1° grau com depressão. Estudos realizados observam alguns genes com algum significado quando vistos isoladamente, mas outras investigações precisam ser feitas para se obter maiores informações e conhecimento.
O desequilíbrio químico no cérebro (fator biológico) com alterações dos níveis de neurotransmissores, entre eles a serotonina, é favorável a desencadear sintomas depressivos.
O fator ambiental é caracterizado pela influência do meio sobre o indivíduo e a sua capacidade em reagir frente a fatores estressantes ou condições de vida hostis que causem um desequilíbrio interno. O desenvolvimento da habilidade social faz a diferença sobre o apoio que recebe quando sob influência negativa do ambiente, seja por fatos traumáticos, de perdas, agressivos, violentos ou frustrações.
A característica da personalidade do indivíduo conta muito de como irá lidar com situações estressantes, se interpretará de maneira adequada os fatos rotineiros da vida, sem sentimentos negativos que colaborem para uma baixa autoestima e se mantém uma conexão social forte. Essa conexão é outro fator que contribui de maneira favorável ou não quanto à síndrome depressiva.
SINAIS E SINTOMAS
A depressão se caracteriza pela presença de várias alterações no organismo, por isso é chamada de síndrome depressiva, um estado mórbido caracterizado por um conjunto de sinais e sintomas e que pode ser produzido por mais de uma causa.
Entende-se por sinais e sintomas uma série de alterações no metabolismo, no aspecto da pessoa e mudanças no organismo descrito pelo paciente.
Essas alterações envolvem sintomas afetivos, cognitivos e somáticos. O comportamento do dia a dia é afetado e os próprios cuidados com o corpo e aparência são abandonados.
Fazem parte dos sinais e sintomas: apatia; tristeza; ansiedade; irritabilidade; desesperança; sentimento de culpa e de menos valia; pessimismo; negativismo; perda do interesse ou de prazer com atividades que antes realizava com satisfação; fadiga; falta de energia; poliqueixoso; lembranças de mágoas não resolvidas; indecisão; mau humor; automutilação; perturbações do sono (insônia inicial, intermediária ou terminal) ou hipersonia; alterações do apetite com consequências no peso (emagrecimento ou ganho de peso); alterações no desejo sexual; ideação suicida (tentativas e até realização do ato); desejo de sumir; crises de choro; movimentos e verbalização lentificados ou agitação psicomotora; atenção, concentração e memória prejudicadas; sintomas físicos persistentes como dores no corpo, na cabeça, nas pernas, cãibras, problemas digestivos; falta de ânimo para realizar tarefas domésticas como limpar a casa, fazer comida, cuidar dos filhos; se fechar no quarto e querer ficar o dia todo deitado; isolamento; baixa autoestima; negligenciar a higiene pessoal e aparência; em condições de episódios depressivos mais graves, o indivíduo pode ter sintomas com características psicóticas com a presença de delírios e alucinações, mas difere de um transtorno psicótico por que tanto as ideias delirantes, quanto os distúrbios da senso percepção, apresentam conteúdos voltados à depressão. Os delírios revelam uma aflição e um intenso sofrimento de culpa, de estar sendo castigado por “algo” que fez, além de outros temas ligados ao humor depressivo como ruína, niilismo (-aniquilamento, redução ao nada, não existência-) e hipocondria. Em relação às alucinações há um predomínio das auditivas.
CLASSIFICAÇÃO
Os transtornos depressivos seguem um sistema de classificação, segundo o DSM-5 e o CID-10.
O especificador de gravidade se baseia em alguns itens como se a depressão é o primeiro episódio ou recorrente, levando-se em conta também a situação do quadro presente, se ocorrem alucinações e delírios e a remissão dos sintomas (quando não há sinal de ação da doença no organismo). Além disso, a classificação se fundamenta na importância clínica, na quantidade e intensidade dos sintomas presentes no quadro depressivo. Para ser considerado recorrente, o episódio subsequente precisa ter pelo menos dois meses de intervalo entre eles.
TIPOS DE TRANSTORNOS DEPRESSIVOS
Existem vários tipos de transtornos depressivos que se caracterizam por causarem várias alterações no organismo, impedindo o funcionamento adequado e trazendo sérios prejuízos à adequação ao meio, a produtividade e ao comportamento. Junto a essas alterações, os diferentes tipos de distúrbios da depressão, têm como evidência entre eles, o humor depressivo, mas divergindo quanto as causas e duração.
TRANSTORNOS
Transtorno Depressivo Maior (TDM)
O TDM é o tipo clássico dos transtornos depressivos. O seu início acontece em mulheres mais cedo que nos homens. O que evidência um transtorno depressivo maior é a presença de sintomas perceptíveis se manifestando quase todos os dias, por um período de pelo menos duas semanas. Esses sintomas ocupam grande parte do dia, interferindo na ação produtiva do indivíduo e causando danos significativos a sua vida, a ponto de ser a primeira causa de incapacitação entre os problemas de saúde.
Segundo o DSM-5, é necessário que nesse espaço de tempo esteja presente o humor deprimido ou que haja uma perda do prazer (anedonia) ou do interesse em executar uma atividade, antes realizada com satisfação. Já em crianças e adolescentes, o predomínio é de uma irritabilidade quanto ao humor.
Outros sintomas: alterações no apetite com consequências no peso corporal, podendo haver uma dificuldade para se alimentar ou comer em excesso principalmente alimentos calóricos; perturbação do sono (insônia ou hipersonia); alterações psicomotoras (inquietação ou debilitação dos movimentos); fadiga constante; sentimento de culpa ou de baixa autoestima persistentes; dificuldade para se concentrar, pensar e tomar decisões; ideação suicida recorrente.
Pessoas com ideias de morte, suicídio precisam ser observadas de perto, já que essa possibilidade é presente durante o desenvolvimento do transtorno depressivo maior.
Transtorno Disruptivo da Desregulação do Humor
Segundo o DSM-5, no transtorno disruptivo da desregulação do humor, o sintoma evidenciado e persistente é uma irritabilidade grave, carregada de sentimentos de raiva, que provoca um descontrole emocional e se manifesta através de condutas inadequadas pela verbalização raivosa ou pelo comportamento agressivo às pessoas ou bens, reações essas desproporcionais ao ato primário que provocou a irritação. Para caracterizar o transtorno, essa baixa tolerância à frustração, precisa ocorrer no período de pelo menos um ano e ser frequentes em ambientes diferentes como na própria residência e na escola. É diagnosticado em crianças e adolescentes a partir dos 7 anos (nunca abaixo dos 6 anos de idade), até os 18 anos (nunca após essa idade) e os comportamentos de raiva devem acontecer antes dos 10 anos de idade, havendo no TDDH um predomínio do sexo masculino.
Com um comportamento difícil e descompensado, os relacionamentos sociais, familiares e educacionais são comprometidos. As atividades escolares são um fracasso, as suas atitudes e ações desequilibram o sistema familiar que precisa ao mesmo tempo lidar com a angústia da relação conturbada, protegê-lo dos comportamentos de risco que incluem hétero e auto agressividade (suicídio). A falta de prazer e de alegria, assim como a frustração e a irritação imperam.
Transtorno Depressivo Persistente (Distimia)
Distúrbio depressivo em que o indivíduo adulto apresenta um humor depressivo na maior parte do tempo, dentro de um período estabelecido de dois anos. Em jovens (crianças e adolescentes) esse período é de um ano, com a presença de uma irritabilidade. Nessa faixa etária, os pacientes apresentam também sentimento de desvalorização, um déficit no rendimento e não conseguem estabelecer conexões sociais.
Associada a esse humor, outros sintomas podem se manifestar como uma alteração na alimentação; dificuldade para dormir ou sono intenso; sentimento de menos valia com baixa autoestima; cansaço e uma dificuldade para resolução de problemas e tomada de posição sobre um fato por falta de foco.
Normalmente a evolução dos sintomas da distimia são leves, mas crônico, com um persistente mau humor. Há uma dificuldade na interação com o meio, que traz prejuízos aos relacionamentos e ao funcionamento do indivíduo. A incidência na fase adulta é maior no sexo feminino e a possibilidade de abuso de substâncias e a comorbidade com transtornos de ansiedade não podem ser descartados.
Transtorno Disfórico Pré-menstrual
Esse transtorno é diferente da síndrome pré-menstrual e se revela através de sintomas como labilidade humoral, ansiedade, irritação que ocorre uma semana antes do fluxo menstrual, melhorando no início da menstruação ou logo após. Para o diagnóstico do distúrbio é necessário que os sintomas sejam identificados no espaço de um ano e que prejuízos nas áreas de relacionamento social, familiar e profissional estejam presentes. Outros sintomas que fazem parte do quadro incluem alterações do sono e do apetite, apatia, desinteresse, desânimo e sintomas físicos como sensibilidade das mamas, dor muscular e sensação de inchaço.
Transtorno Depressivo Induzido por Substância/Medicamento
O uso de substâncias de abuso (drogas lícitas ou ilícitas) ou algum medicamento prescrito para o tratamento de uma doença pode ocasionar o aparecimento de episódios depressivos com alguns dias de uso da substância. Se a causa de desencadear a depressão foi induzido pela substância/medicamento, a suspensão do uso levará a remissão do humor depressivo após alguns dias, variando esse tempo de acordo com as características da substância/medicamento usada e a presença de uma síndrome de abstinência.
Várias substâncias e medicamentos podem induzir o transtorno depressivo e os seus efeitos adversos:
- Medicamentos: contraceptivos hormonais; anti-hipertensivos (bloqueadores de cálcio, reserpina, metildopa, clonidina); agentes antivirais (efavirenz); antipsicótico; anticonvulsivantes; interferon; vereniclina; antibióticos; esteroides; benzodiazepínicos.
- Substâncias de abuso (drogas lícitas/ilícitas): álcool; opioide; cocaína, metanfetamina; anfetamina (ou outros estimulantes); crack; merla; ecstasy; inalantes; LSD, entre outras.
Transtorno Depressivo Devido a Outra Condição Médica
A alteração no humor é resultado de outra doença (condição médica) que deixa esse humor deprimido e provoca outros sintomas no indivíduo como anedonia e falta de ação pelas atividades.
Existe uma vasta lista de doenças que podem levar a um quadro depressivo, entre elas podem ser citadas: AVC; hipotireoidismo; doença de Huntington; doença de Parkinson; doença de Alzheimer; lúpus eritematoso; artrite reumatoide; síndrome de Cushing; doença de Addison; anemias; câncer; lesão cerebral traumática; diabetes melito; hepatite C; AIDS; doenças gastrintestinais; síndrome de Sheehan; transtornos psiquiátricos como esquizofrenia, ansiedade e de alimentação; síndrome de dependência (abuso de substâncias químicas); dores crônicas; epilepsia; doenças cardiovasculares; síndrome da fadiga crônica.
Indubitavelmente, a depressão é um fator complicador quando associada com outra doença. A ansiedade tem um alto índice de estar associada com o transtorno depressivo e no caso do câncer, o risco dos episódios depressivos se manifestarem está relacionado com o tipo de câncer, mas a sua presença tem uma probabilidade muito alta.
Distúrbio Afetivo Sazonal (DAS)
A depressão com padrão sazonal do tipo inverno sofre influência da latitude, da idade (quanto mais jovem, maior o risco) e sexo.
O início da manifestação de episódios depressivos está relacionado com as estações do ano outono/inverno e o seu término na primavera, o que caracteriza esse distúrbio. Esse padrão de início/término dos episódios deve ter ocorrido por um período de pelo menos dois anos, sem quaisquer outros episódios não sazonais nesse espaço de tempo e devem prevalecer sobre outros tipos de depressão.
O principal fator é a diminuição da luz solar. Os indivíduos que apresentam episódios maiores associados a estação do ano exibem sintomas como isolamento social, fadiga, hipersonia, ganho de peso corporal principalmente por ingerir muito doces e carboidratos.
Depressão Pós-Parto
Esse transtorno depressivo é diferente e muito mais grave que o “baby blues”, um quadro composto entre outros sintomas por ansiedade e humor depressivo leves, que acontece duas semanas após o parto.
Fatores estressantes, alterações neuroendócrinas, dificuldade em se adaptar à nova situação com o nascimento da criança, preocupações excessivas com o cuidado materno, ansiedade, desconforto e turbulências durante a gravidez podem desencadear a depressão pós-parto.
Os sintomas afetam a relação mãe/bebe e dificultam os cuidados diários da criança. Estima-se que de 10% a 15% das mulheres sofram desse tipo de depressão.
A paciente apresenta sintomas como tristeza, alterações do sono e no apetite, ansiedade, sentimento de culpa, há um desinteresse, uma falta de prazer, fadiga, irritabilidade, crises de choro, sentimento de menos valia. Metade dos episódios depressivos maiores, no período após o nascimento, se iniciaram antes do parto (periparto).
TRATAMENTO
O tratamento é feito com medicamentos prescritos por médicos psiquiatras e psicoterapia por psicólogos clínicos (uma associação dos dois procedimentos terapêuticos). Em casos graves, quando há uma resistência a outras formas de tratamento, uma das opções é a eletroconvulsoterapia (ECT) com indicação, orientação e supervisão médica. Também é indicado como suporte ao tratamento, atividades físicas.
Manter vínculos sociais saudáveis e consistentes, também ajuda na qualidade de vida. As pessoas com episódios depressivos devem procurar ajuda profissional e terem consciência que depressão é doença e precisa ser tratada.
Preconceitos, estigmas e desinformação ainda impedem muitas vezes de se procurar ajuda, com medo do julgamento da sociedade e até da família. Um grande erro que pode ter um desfecho ruim.
O apoio familiar é muito importante e para isso, a família precisa receber cuidados e informações a respeito do transtorno e o que fazer para auxiliar o paciente.
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